sexta-feira, 29 de julho de 2011

A estrada

... quando, por um suspiro, as palavras debruçam-se a admirar, esquecendo-se do seu papel de descrever. Decidiram por apenas sentir, tocar uma essência, ao invés de carregar as suas próprias. A beleza que os olhos não conseguiam enxergar, mas o coração entendia perfeitamente, anestesiou um processo natural de manifestar. Apenas a mente, em um esforço para também não sucumbir ao coração, manteve-se em lucidez. Mas, da mesma forma, contemplava.

Uma estrada foi descoberta. Por muito tempo, permaneceu como um caminho mítico. Um dia conhecido e percorrido - de onde quem um dia acompanhou essa trajetória pode descrever alguns contos -, mas há gerações tido como inexistente.

De lá se ouvem histórias fantásticas, contudo, a seguir a essência da palavra que as descrevem, não verdadeiramente reais. Sob lembranças e esquecimentos, mundos mudaram e pessoas passaram. Hoje, por quem inolvidavelmente narra breves prosas, é uma estrada abandonada. Grandes plantas cercando-a, pedras esverdiadas do limo que deu tom às margens da terra que não mais guarda pegadas.

Alguém, no entanto, com um olhar diferentemente atencioso, acreditou haver essa estrada e decidiu desbravá-la. O portão estava fechado, com um cadeado intimidante e visivelmente bem trancado. A despeito disso, no entanto, os passos sutis que aproximavam aos meus ouvidos um sorriso puro e uma voz doce chegavam mais perto das grades enferrujadas, reflexo do que era intocado havia estações. A atitude confiante de abrir aquele ferrolho aparentemente imovível a permitiu certificar-se de um caminho que, de acordo com suas próprias convicções, a levaria a um precioso lugar.

Entrou, sentiu uma agradável brisa e parou, sentindo-a. Era o mesmo vento que levava seu cheiro e carregava a melodiosa cantiga dos pássaros, afoitos com sua chegada, a um coração, calado, mas cativado por cada pegada deixada em suas terras outrora selvagens.

terça-feira, 19 de julho de 2011

O poder das mulheres

Se as mulheres descubrissem o poder que tem, descobririam que nunca mais precisariam falar alto.

É incrível como passagens da Bíblia tais quais: "Vós, mulheres, estai sujeitas a vossos próprios maridos, como convém no Senhor" (Cl 3:18); "Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor" (Ef 5:22) mexem profundamente na feminilidade das até então serenas donzelas.

Antes de tudo, calma, moças! Não tenho a intenção machista de defender uma opinião a nosso favor. Ao contrário, trata-se de uma abordagem, que, a tirar de mim, causará uma invejinha santa nos homens que lerem. Mas que isso faz remexer na cadeira a mais quieta das mulheres, ah, isso faz!

Enfim! É clara a vontade bíblica - portanto de Deus - a respeito da submissão das esposas em relação a seus maridos. No entanto, muitos confundem o conceito de submissão, que é amplo e algumas vezes profundamente subjetivo, especialmente por envolver círculos de intimidade dos quais só o próprio casal pode falar, com propriedade, a respeito.

O que não é, posso afirmar sem receios, é tirania, imposição. Nunca foi. Mas muitas mentes , mesmo cosmopolitas, ainda guardam esse tabu consigo mesmas. Na verdade, diria que a submissão está profundamente ligada à admiração, partindo do pressuposto de que, se a mulher admira seu homem, ela se submeterá ao que ele disser, confiante, amavelmente.

Logo, o homem tem um papel imprescindível na submissão, e não apenas impô-la. "Vós, maridos, amai a vossas mulheres, e não vos irriteis contra elas", continua a dizer a passagem de Colossenses.

A segunda parte do versículo me causa a sensação da necessidade de o homem conhecer a mulher, como sexo oposto de maneira geral, e vice-versa. Sob a ótica masculina, é entender que a mulher é sensível, tem TPMs mais de uma vez por mês (brincadeira, nobres donzelas), "tem a tendência de problematizar algo simples" (isso foi uma mulher, nos seus 30, que disse).

Quando o homem compreender isso e, no momento de crise, ao invés de "mandar calar" a voz altiva - e tem direito disso -, tentar desarmá-la, não se deixando tomar pela irritação (como diz a Palavra), as coisas fluirão muito graciosamente; e será mais fácil para a mulher submeter-se ao conselho e à palavra do prudente homem que está ao seu lado. É difícil, eu sei, mas é aperfeiçoável quando se tem o ideal.

O casal decide junto, mas o homem representa. O homem tem o poder de decisão, apesar de o 'homem de Deus', que tem uma 'mulher de Deus', saber ouvir a melhor opção, ou mesmo exortação, da esposa, que deve ser de forma a sempre respeitar a autoridade do marido. O casal conversa, arrazoa, pensa juntos. É assim uma relação ideal, não de tirania, como muitos ainda insistem em mitificar.

A mulher, por outro lado, deve entender a autoridade dada por Deus ao homem, que é natural, está na essência. Mesmo ao se observar o comportamento de um casal sem os princípios de Deus, é impulsiva a reação machista do homem quando tem sua autoridade quebrada. É compreensível como os homens zombam do amigo 'mandado', quando isso não acontece com as mulheres, pelo menos não com essa intensidade. Justamente pelo valor que a autoridade masculina tem. A possevidade exacerbada do homem pela sua mulher. Ou mesmo a imensa ofensa de quando um homem apanha na face, que é símbolo de autoridade: "Nem minha mãe me bate na cara, quanto mais alguém da rua" ou "Nunca apanhei na cara". Ainda demonstrações da natureza masculina sobre o valor da autoridade. Independente de qualquer fé, esses comportamentos são presentes, porque estão na essência masculina, e a mulher precisa entender isso. Um homem que é ferido em sua autoridade é capaz de reações intensas.

Da mesma forma que a mulher precisa ser amada - e o homem deve entender isso - o homem precisa ser respeitado - e a mulher precisa entender isso. Se um ou outro não compreender esse ponto, e desobservar esse caráter, irá contra a essência de quem está ao seu lado, ao mesmo tempo que perderá a sua.

Se um homem, cujo papel é de decidir, liderar, pastorear, e/ou a mulher, cujo papel é de ser administradora, submissa, não cumprirem aquilo que a Bíblia determina, perderão a completude do que são. Enquanto a mulher quer mandar, exercendo o papel de homem, e o homem se deixa mandar, exercendo o papel de mulher, eles nunca serão plenamente felizes, pois não ocupam completamente os seus devidos lugares, a essência que Deus estabeleceu para eles.

Mas a mulher tem um poder especial que ainda não descobriu.

A Palavra de Deus reza o seguinte: “Todavia, aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher não se aparte do marido. Se, porém, se apartar, que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher”. Estabelece, portanto, que a mulher, ao se separar, não pode se casar novamente. Regra que, por dedução, não se aplica ao homem. Isso é injusto?

Reflitamos sobre a peleja à luz da parábola dos talentos, na qual Jesus condenou o que não multiplicou seu talento. Em outras palavras, aquele que não exerceu seu dom, sua habilidade dada por Deus.

A Bíblia afirma que "toda mulher sábia edifica a sua casa" (Pv 14:1, primeira parte). É perfeitamente claro que esse papel não é do homem, ou do casal, mas da mulher, porque esse poder foi dado a ela. O poder de conquista é da mulher. O poder de convencimento é dado a ela. A mulher, com sua doçura, meiguice, ou mesmo com sua sensualidade, sagacidade, é capaz de ter o homem aos seus pés, quando usa habilmente aquilo que é intrínseco a sua natureza. O homem muitas vezes se torna cego diante desse poder de conquista. Por isso se diz que "uma mulher pode levar um homem a grandes vitórias, mas também a grandes ruínas".

Exatamente por esse motivo é que é dela o poder/dever de edificar sua casa, seu relacionamento. Logo, se enterra seu dom, primordial, buscando alternativas muitas vezes masculinas, deixa de ser sábia, - entendamos, outrossim, sabedoria como observância às instruções do Senhor - e se torna tola, e sua casa "a derruba com as próprias mãos" (Pv 14:1, segunda parte), sendo punida da maneira mostrada.

A mulher, com sua doçura, e não com sua "gostosura" (com o perdão da palavra), com meiguice, e não com arrogância e altivez, tem um poder sobrenatural de edificar, de conquistar, de gerar em seu companheiro um grande homem. Homens - atentem a isso, moças - se atraem muito mais pela doçura e cuidado recebido do que por um corpo escultural, cabelos maravilhosos e 3kg de maquiagem. Por essas eles tem uma atração sexual, instintiva, mas às primeiras eles dão seu coração sem reservas. E amarão sem reservas.

Se as mulheres descobrissem o poder que tem...


terça-feira, 12 de julho de 2011

Onde está seu príncipe encantado?

A lua ganha um brilho especial, não maior, claro, que o da doce amada; as estrelas tornam-se meras figurantes, enquanto o mar intimida-se ao refletir uma beleza tão grandiosa. E assim se segue a poesia do nosso coração: majestosa e interminável...

[ANTES DE TUDO, PEÇO QUE RELEVEM QUALQUER AUSÊNCIA DE POESIA E FRASES FORMALMENTE ESCRITAS, COM OBSERVÂNCIA A TODAS AS REGRAS QUE A ARTE ME AJUDOU A LEMBRAR ATÉ AGORA. MINHA INTENÇÃO É MESMO SER BEM COLOQUIAL]

Essa poesia, no entanto, tem me preocupado. Sou romântico, sim! Assumido! Escrevo, sonho, idealizo, me sinto nas nuvens e sorrio despretenciosamente quanto encontro uma cativante doçura. Isso tudo é muito bom; eu até qualificaria como combustível de uma relação genuína.

Ao contrário disso, porém, os sentimentos e o romantismo tem sido uma pedra de tropeço para muitos relacionamentos e muitas vidas. Tão-somente em virtude do desequilíbrio. A imaturidade - acões impulsivas e, claro, desmedidas - gerada pela falta de foco e propósito levam pessoas a se perderem em si mesmas por sentimentos muitas vezes até iniciados de maneira saudável, mas descarrilhados por se tornarem base - uma base sempre insustentável.

"Sentimentos não sustentam relacionamentos", pois são instáveis, traiçoeiros, enganosos, como descreve a Bíblia. Quem é guiado por sentimentos não pode viver de outra maneira, senão em picos frequentes de altos e baixos. Inconstância. Sofrimento. Solidão. Esse falso pilar desmorona certamente com o tempo, quando é provado pelas circunstâncias. Quando as grandes ondas da novidade da paixão se esvairem, o que vai permanecer são princípios, propósitos, razões. Se elas não existem, todo esse tempo foi vivido em vão. Apenas serviu para causar mais marcas e feridas por vezes difíceis de serem curadas.

A Bíblia fala de 'jugo desigual' e quase sempre associamos a expressão a um relacionamento com uma pessoa que comunga uma fé diferente. Em palavras mais usuais, "de fora da igreja". Em linhas gerais, começa aí a união de propósitos. Ir para a igreja sem paixão por Jesus ou por um propósito em Deus é chato, entediante, perda de tempo e não provoca nada. Ir por alguém é como criar uma árvore sem raízes e assim que a estação das flores acabar e se iniciar o verão, a estação seca - quando acontece o verdadeiro conhecimento mútuo -, a árvore não suporta e morre.

Algumas pessoas, no entanto, alegam um propósito evangelístico. Aí há duas possibilidades, descartando uma terceira, que é figurar uma falsa conversão apenas para agradar e conseguir ter um relacionamento com o "crente", o que é deveras comum.

A primeira possibilidade trata-se de quando a pessoa que está sendo evangelizada, carente e ferida do mundo, encontra no "discipulador" uma base de vida - o que é natural numa relação de discipulado saudável. Todavia, quando se trata de sexos diferentes, quase sempre, em virtude dessa carência e dependência espiritual, há confusão de sentimentos, mudança de foco de Jesus para o amado (a) e consequentemente a construção da casa sobre a areia. Diante de qualquer frustação ou outras chuvas, esta casa é arruinada.

A segunda, considerando uma conversão sincera, não pode ser tratada como requisito para o início (ou continuação, se infelizmente já estiver estabelecida) de uma relação. Os motivos, por inaugurarem outra discussão, seguem adiante.

Jugo desigual vai além de uma relação entre "crente e descrente". Se não houver propósitos de vida similares, o mesmo nível espiritual e ministerial, há jugo desigual e prejuízo. É como uma reação térmica a equilíbrar-se. O corpo mais quente perde calor para que o mais frio esquente até ambos atingirem a mesma temperatura. De outra forma, é como se um, o mais maduro, precisasse parar no tempo para que o outro o alcançasse.

E assim pensam muitos: "se é crente, tá valendo". Contudo, serem ambos crentes e viverem o mesmo tempo espiritual e exercerem ministérios semelhantes não é da mesma forma suficiente. Se não existir um nível equiparado social, intelectual, profissional (relativizável), uma beleza que agrade e, principalmente, defeitos suportáveis, ter-se-á um casamento de dois desconhecidos e o princípio da cumplicidade e amizade, de suma importância, será profundamente abalado. É importante lembrar que um casamento une dois mundos, duas vidas, dois propósitos até a morte. Uma vida a dois não é somente de oração e evangelismos ou com o fim de evitar a incontinência. Haverá, na maior parte desse tempo, algo a mais.

Por outro lado, há pessoas caminhando cegamente para o outro extremo, em busca do par perfeito. Pessoas imperfeitas, longe de atingirem um ideal (e assim serão até a morte, quando, então, alcancarão a estatura do varão perfeito), mas em busca do ungido(a) perfeito. Comprometido(a) com Deus, maduro(a), inteligente, bonito(a), rico(a), de carro, que ofereça casa, comida e roupa lavada. Completo!

Ao pensarem assim - ao esperarem assim - perdem o melhor de qualquer relacionamento: construir junto. São tão inseguras que não tem visão para projetar e ousadia para executar um grandioso, abençoado e próspero futuro ao lado da pessoa amada. Querem tudo pronto e perderão a oportunidade de contar a mágica história que puderam construir com suor, luta, mas impagável regozijo. Isso se conseguirem o que esperam, pois muitas(os) esperam o príncipe(esa) encantado(a), mas acabam, pelo desespero, se casando com o cavalo, já que perderam aquela preciosa oportunidade. Ah, então continuem a usar o pretexto de que "Deus ainda não enviou".

O que vai garantir o sucesso, a prosperidade e o "eterno" amor de um relacionamento é a obediência aos princípios de Deus, dentro do relacionamento e pessoalmente, pois é isso que moldará o caráter do casal - e do solteiro previamente - para uma vida a dois.